22/04/2004

HORROR


A Cassia Schittini me mandou esta mensagem.
É um caso tão horrendo que nem dá para imaginar.


Cora,

Peço que você divulgue o caso para seus amigos. No dia 3 de abril o estudante Thiago B. de Lima, que faz o terceiro ano do curso de Medicina Veterinária da Universidade Paranaense em Umuarama (PR), jogou álcool e ateou fogo no cachorro Fred, que fora atraído à sua casa porque a cachorra de Thiago não era castrada e estava no cio. Thiago B. de Lima não queria um vira-latas rondando a sua casa. O cachorro foi encontrado por uma protetora de animais dois dias depois do ocorrido e levado para uma clínica veterinária, onde faleceu no dia 20. Fred sofreu queimaduras de até quarto grau e teve tecido ósseo exposto.

O crime foi denunciado à polícia e ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Thiago B. Lima foi autuado por maus tratos pela polícia e por crime ambiental pelo IAP. As penas previstas pela lei 9605/98 são de detenção de 3 meses a 1 ano e multa e no caso de morte a pena pode aumentar em um sexto ou um terço, dependendo da gravidade do caso. O acadêmico prestará depoimento na polícia no próximo dia 7.

A Unipar decidiu ignorar o caso e declarou que só tomará providências quando for comprovada a participação do estudante no caso, embora existam testemunhas, fotos e laudos veterinários do caso. Com a morosidade do processo judiciário brasileiro, até lá, Thiago B. de Lima pode ter concluído o curso e estar exercendo a profissão de médico veterinário.

Estamos solicitando a expulsão do estudante Thiago B. de Lima do curso de Medicina Veterinária da Unipar.
Aqui, a lista corrida de emails para facilitar o envio.

Piau@unipar.br; prof@listas.unipar.br;sas1d-umu @ unipar.br; rohino @ bol.com.br; crmv-pr@crmv-pr.org.br; del.umuarama@crmv-pr.org.br; umuarama@ilustrado.com.br.

E acessem:

www.atribunaonline.com.br

Na página inicial tem a opção fale com a gente

Os emails são destinados à Coordenação do curso de Medicina Veterinária: Lista de professores da Unipar:
Secretarias Acadêmicas Setoriais CRMV - Paraná, DELEGACIA REGIONAL DO CRMV-PR EM UMUARAMA

Matérias sobre o caso:

Jornal A Tribuna - Umuarama
21 DE ABRIL DE 2004 - COTIDIANO

Morre cão que foi incendiado vivo

Umuarama
Silvia Lira

O cão Fred, incendiado vivo no último dia 3, morreu na madrugada de ontem na clínica para animais, onde estava internado desde do dia 5. O laudo dos médicos veterinários, que cuidavam do cão, acusaram como causa da morte falência múltipla de órgãos.

Segundo o médico veterinário Alex Sander Dias Machado, o quadro clínico do cão piorou no final de semana, quando ele parou de se alimentar. Para que ele não ficasse desnutrido os alimentos eram injetados no organismo através da veia. Mais de 50% do corpo do cachorro sofreu queimaduras de 1º, 2º, 3º e 4º grau. Em algumas partes houve exposição óssea. Ele sofreu graves lesões musculares, não conseguiu repor tecido e estava desidratado. De acordo com Machado, no início do tratamento o estado de saúde do cão era complicado mas estava estável. Após alguns dias as lesões se definiram com a perda de tecido e foram constatadas lesões de 3º e 4º grau.

"O que mais nos marcou neste caso foi o sofrimento de um animal com personalidade tão dócil como era a do Fred. Apesar da dor ele nunca nos agrediu com mordidas, pelo contrário dava um olhar de agradecimento a cada cuidado dispensado a ele. Trabalho com animais há cinco anos e nunca atendi nenhum como ele. Sua saúde era perfeita antes do fato ocorrer. O castigo dado a ele não tem justificativa", afirmou.

O cão foi incendiado no último dia 3 à tarde, em frente uma residência na rua Amazonas. Segundo a presidente da Sociedade de Amparo aos Animais de Umuarama (Saau), Iracema Drumont, ele teria tentado entrar em um quintal onde havia uma cadela no cio, mas o dono da cachorro o acadêmico de Medicina Veterinária, Tiago Lima se irritou e resolveu castigá-lo. De acordo com Iracema, o rapaz jogou álcool no corpo do animal e depois ateou fogo. Vizinhos que presenciaram o crime teriam avisado a Polícia Militar e depois ela.

O crime foi denunciado pela Saau à polícia e ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Ele foi autuado por maus tratos pela polícia e por crime ambiental pelo IAP. As penas previstas são de detenção de 3 meses a 1 ano e multa e no caso de morte a pena pode aumentar em um sexto ou um terço, dependendo da gravidade do caso.

O acadêmico prestará depoimento na polícia no próximo dia 7.


Jornal Tribuna de Umuarama

Cão morre com 60% de queimaduras

Vitima de um ato ilícito, o cachorro Fred ficou conhecido em toda cidade por ter sofrido queimaduras em 60% do seu corpo, tendo como acusado de ser responsável pelo crime, um estudante do curso de Medicina Veterinária de uma universidade da cidade. Segundo testemunhas o acusado teria jogado álcool no cão e em seguida ateado fogo, causando queimaduras de terceiro grau em grande parte do corpo do animal. Revoltadas, as testemunhas acionaram a polícia e a Saau (Sociedade de Amparo aos Animais de Umuarama), que foram até o local.

Atendido inicialmente no dia 05 deste mês, foi constatado em exames que as queimaduras alcançavam níveis de lesões em primeiro, segundo e terceiro grau no tecido cutâneo. Além de muita dor e aparente estado de choque, foi medicado analgésicos para o alivio da dor, anti-inflamatórios para o combate as bactérias e inflamações e os melhores antibióticos que a clinica possui. "Quando ele chegou a clinica, o prognóstico inicial era reservado, no que diz respeito, nem bom, nem ruim, já que não havia uma noção exata das queimaduras", afirmou o médico veterinário, Alex Sander Dias Machado, sócio da clínica S.O.S. Animal.

O prognóstico reservado se alterou nos últimos quatro dias devido à franqueza intensa que o animal vinha sentindo, primeiramente verificado pelo esforço que seu organismo estava desprendendo, já que, "quando há queimaduras, as células lutam para não morrer, então o que houve foi uma falência do sistema renal que se esforçou intensificadamente para suprir as necessidades hepáticas, pois o tecido uma vez queimado, é exposto ao contato com bactérias e a morte celular libera toxinas que deprimem o organismo do animal, levando-o a morte, principalmente pelas defesas que são impostas e no caso desta vitima foram extremamente utilizadas", afirmaram Alex Sander e seu sócio, o médico veterinário Yusuhiro Furuushi.

Em exame laboratorial, foi detectada uma quantidade anormal de uma determinada enzima que caracteriza o nível de queimaduras dos tecidos. Costumeiramente esse número, medido pela Unidade Internacional dividido por litros, segue de 1,15 até no máximo dos casos de queimadura, 28 U.I./Litro. "Neste cachorro, o nível destas enzimas alcançou o número extremo de 231,5 U.I./Litro no animal, o que determina que este teve aumentado, em mais de 10 vezes o nível suportável de lesão nos tecidos cutâneos", afirmou Alex Sander.

"Sendo um termo pouco utilizado no linguajar popular, devido a pouca decorrência deste episódio, as queimaduras atingiram o quarto grau em lesões, algo completamente anormal e que consecutivamente causaria, mais cedo ou mais tarde o óbito do animal, que teve exposição dos ossos nos cotovelos, por possuir uma quantia menor de tecido muscular no local", completou o médico veterinário. O que houve foi uma falência múltipla de orgãos, sendo que nos últimos 4 dias ele não se alimentava mais, tendo sido modificada a sua dieta, balanceando e reforçando vitaminas e minerais; pela manhã de segunda-feira foi necessário uma transfusão de sangue e na terça-feira o prognóstico já era tido como sombrio, segundo informações da clínica veterinária. "Para ele sobreviver, de fato, suas queimaduras deveriam ser menores e posteriormente receber uma alimentação reforçada e, não foi este o caso", salientou o Dr. Alex Sander.

Crimes Ambientais

De acordo com o código de Leis para Crimes Ambientais, até 1998 este tipo de episódio era tido como contravenção e a partir deste ano tomou a proporção de crime pela Lei 9.605, de 12/02/1998. Segundo código é crime praticar atos de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais; com penalidades como detenção de três meses a um ano de reclusão ou multa. Em caso de óbito do animal, a pena pode ser aumentada em um terço a um sexto.

A Universidade Paranaense – Unipar, notificou a imprensa que, tanto quanto à sociedade umuaramense, está chocada com o ato de crueldade praticado contra o cão no sábado, dia 03. No entanto, reserva-se o direito de somente pronunciar-se a respeito quando, no desenrolar do inquérito policial e ficar comprovada a participação ativa de aluno da instituição no lamentável episódio.